Destino do Sol

                O destino de uma estrela depende muito de sua massa inicial. No sol ocorre a fusão do hidrogênio em hélio. Para ele, já é previsto um fim espetacular. Quando já tiver reagido todo o hidrogênio do núcleo solar e já tiver sido transformado em hélio dentre 5 a 6 bilhões de anos, a zona de fusão lentamente migrará para fora do núcleo em uma expansão de reações termonucleares, até chegar a um local onde as temperaturas são menores do que dez milhões de graus. A fusão do hidrogênio se encerrará. A gravidade do sol forçará uma  nova concentração do seu núcleo, agora rico em hélio e depois um aumento nas temperaturas e pressões interiores.
                Os núcleos de hélio serão comprimidos e se unirão, os ganchos das suas forças nucleares se tornarão entrelaçados devido à repulsão elétrica mútua. A cinza se transformará em combustível e o sol se enganjará em um segundo ciclo de fusão. Isso gerará carbono e oxigênio e dará uma energia adicional para que  o sol brilhe por mais algum tempo. Depois ele se expandirá e se tornará tão quente, derretendo as calotas polares da terra e inundando as encostas dos continentes. As temperaturas altas dos oceanos liberarão mais vapor d'água, o que acarretará o aumento da nebulosidade, a filtragem dos raios solares e o retardio do fim terrestre. Os oceanos ferverão e a atmosfera evaporará no espaço.  O sol então resfriará se tornando uma gigante-vermelha. E a superfície estará tão distante do núcleo, que a gravidade ficará cada vez mais fraca. Nessa expansão, englobará os planetas Mercúrio e Vênus, e provavelmente a Terra.
                Ele pulsará, expandindo e contraindo uma vez a cada alguns milênios, onde estará expelindo sua atmosfera para o espaço. O centro solar estará exposto e envolto numa nebulosa planetária. Será uma pequena estrela quente que esfriará  no espaço,  possuindo uma densidade muito alta, algo como uma tonelada em uma colher de chá, uma anã-branca com temperaturas superficiais altas até se tornar uma anã-preta, escura e morta.
 

Fonte: Cosmos - Carl sagan