Em 24 de agosto de 79, o vulcão Vesúvio mostrou toda a sua
fúria em sua maior erupção que surpreendeu os moradores
das cidades de Pompéia, Stabia e Herculano, no golfo de Nápoles,
sul da Itália.
A população, estimada entre 10 e 15 mil habitantes, não
tinha a menor idéia de que a montanha abrigava um vulcão. Uma
chuva de cinzas e pedras de lapili, que normalmente eram pequenas e que, naquele
dia, chegavam a ter 8 metros cada, foi expelido a quilômetros de altura.
Os que sobreviveram às pedras morreram asfixiados por um gás tóxico
lançado do Vesúvio. Três dias depois, as três cidades
estavam soterradas e os sobreviventes que retornaram, não encontraram
mais nada.
Só foi localizado o local exato da cidade no século XVI,
quando o arquiteto italiano tentou abrir um túnel sob o monte La Civita
para levar água do rio Sarno para a cidade de Torre Annunziata.
Em 1738, o rei da Espanha Carlos III ordenou as escavações em
Herculano, a 8 km de Nápoles. Em 1763, escavando em
outro local, acharam uma inscrição indicando que a cidade encontrada
era Pompéia. Nessa é poca, o engenheiro Alcubierre encontrou
o primeiro cadáver que tinha sido transformado em estátua de pedra
devido a erupção. Outros cadáveres foram encontrados
e entre eles, os três mais famosos:
o de uma mãe amamentando seu filho, um cão preso em uma corrente
e três jovens que fugiam da Vila dos Mistérios (templo de culto
do deus Dioniso). Das posições em que foram encontrados, deduz-se
que lutaram para se livrar da morte.
A
Civilização: Primeiro se pensou que o povo
da cidade possuia um alto nível cultural, devido a esculturas de mármore
e bronze e objetos de ouro e prata, mas foi engano. Os habitantes eram provincianos
fechados pelos muros da cidade de onde saiam apenas para negociar. Eram
aliados de Roma até sec. I a.C., mas por não terem representação
junto ao Império Romano, rebelaram-se. Foram derrotados e transformados
em Colônias, e o latim passou a ser a língua oficial. Antes
se falava o "osco" em Pompéia.
A cidade apresentava contrastes entre as classes sociais e vivia do comércio
do azeite e do vinho.
Os plebeus e escravos trabalhavam para os patrícios e quando conseguiam
a liberdade, era para comprar um outro escravo. Exportavam seus produtos
para as cidades do Mediterrâneo e isso trouxe muito lucro. As casas,
a partir do sec. II a.C. aumentaram em quantidade e luxo.
Religiosidade: Veneravam os deuses romanos e tinham templos para Apolo, Júpiter e Vênus, onde faziam oferendes a estes em troca de paz de espírito. Os deuse coordenavam suas vidas e cuidavam para que não se tornassem devassos.
Aspecto social
e político : os desenhos obscenos pintados nas paredes
dos bordéis fizeram com que os escritores moldassem o perfil da cidade
de Pompéia como sendo uma cidade onde os habitantes eram dissolutos.
As casa, todas, eram luxuosas, espaçosas e possuiam um jardim no centro.
A cidade possuia várias oficinas de ferreiros para artesanato.
Foi descoberto uma espécie de clube, conhecido por Terma, onde as pessoas
se encontravam à noite, e onde haviam aproximadamente umas mil lâmpadas
a óleo.
Nas paredes e muros das casas havia todo o tipo de inscrição,
desde anúncios de combate a gladiadores, trocas de um amante por outro,
citações de poetas como Virgílio e muita, mas muita propaganda
eleitoral.
Os eleitos se dividiam em:
* duúnviros: as duas autoridades mais importantes (sua
importância equivale a dos Cônsules Romanos).
* edis : duas autoridades com equivalência a importãncia
de vereadores, que inspecionavam a conservação dos edifícios
públicos.
Em época de eleição, grupos trabalhavam à noite
fazendo propaganda eleitoral. Pôde-se descobrir que eram formados por
três indivíduos, onde um ficava segurando a escada, outro a lanterna
e por fim, um terceiro fazendo as inscrições nas paredes.
Passadas as eleições, novos grupos se formavam para limpar
os muros e paredes das casas.
Pompéia possuia um anfiteatro e dois teatros, um com capacidade para
1500 pessoas e outro, para 5000 pessoas. No centro da cidade, existiam
estabelecimentos como o fórum, o mercado, o banheiro público,
os templos, um grande lavanderia e tinturaruia comandada por uma mulher chmada
Eumachia, onde era tingida toda a lã de carneiro produzida na cidade.
Obras da época: Não
houve muitas obras datadas da época, a melhor e mais fiel foi composta
de duas cartas em que Plínio, um jovem de 25 anos, escreveu depois da
tragédia. Nessas cartas, ele descreve a morte de seu tio (autor de uma
enciclopédia entitulada História Natural) ao historiador Tácito.
Descreveu que seu tio, Plínio, o velho, resolveu ver de perto o que acontecia
e acabou morrendo na praia de Stabia, sufocado pelos gases.
Depos disso, o Vesúvio já entrou em erupção pelo menos 30 vezes, sendo que a última foi em 1944. Nenhuma foi tão violenta quanto a que soterrou Pompéia.
Aspecto curioso: Uma característica da imprevisibilidade da erupção é que todos os fornos e máquinas das padarias da cidade estavam funcionando no momento da tragédia.